segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Ferrari 250 GTO (1962)






Miniatura de escala 1:24, da Marca Burago Italiana, produzida em metal e peças de plástico, com abertura total das portas, tampa do motor (dianteira) e direção com controle das rodas dianteiras.

Sobre o modelo F 250 GTO

          “Antes de qualquer coisa, gostaria de ressaltar que este é meu modelo preferido e que, se um dia a Scuderia Ferrari chegou à perfeição em um carro, de passeio ou de corrida, com certeza foi no dia em que criou o F 250 GTO”.

          Em 1962, o campeonato da FIA só aceitava pontos obtidos por carros com produção mínima de 100 unidades, em um ano. Desta maneira, a Scuderia Ferrari teve que criar um GT que unisse a evolução do chassi tubular do F 250 Monza, com a linha de motores V12 com 250 cm³ de cilindrada unitária: nascia a 250 GTO (Gran Turismo Omologata).

          O F 250 GTO foi produzido de 1962 a 1964, sendo que entre 1962 e 1963 foram produzidas 36 unidades e, em 1964 uma segunda série foi lançada com mais três carros, elevando para 39 o total de GTOs produzidos (bem longe da regra). Mas a Ferrari convenceu a FIA, dizendo que era um F 250 GT “pouco modificado”. A venda era tão restrita e selecionada que, nos Estados Unidos, os compradores tinham de ser aprovados pessoalmente por Enzo Ferrari e seu representante para a América do Norte, Luigi Chinetti.

          Sergio Scaglietti foi responsável pela carroceria de alumínio, bastante arredondada, com faróis com cobertura transparente e traseira “rabo-de-pato”. Foi a primeira Ferrari a ser testada em túnel de vento - Universidade de Pisa. Na frente, há três entradas de ar semicirculares para a refrigeração do motor, que podem ser fechadas conforme a necessidade. Existem ainda duas saídas laterais - entre as rodas dianteiras e as portas -, além de aberturas laterais - atrás das rodas traseiras -, para os freios.

          Em 2004, o Sports Car International colocou o F 250 GTO como oitavo na lista dos Top Sports Cars dos anos 60, e nomeou-o o carro desportivo de todos os tempos. Da mesma forma, a revista Motor Trend Classic colocou o F 250 GTO em primeiro lugar em uma lista dos "Melhores Ferraris de todos os tempos". E assim, as Ferraris antigas continuam batendo todos os recordes de vendas. Tudo bem, que a Ferrari 250 GTO é um modelo super raro e muito bonito, mas será que vale 51 milhões de reais?! Sim, é claro que vale! Ou, pelo menos, esse foi o valor pago por uma unidade da mesma, em excelente estado de conservação. Um rico inglês a levou pra casa pela bagatela de 15,7 milhões de libras.

          Che bella, che espetaculo, è una grande macchina. Fino.



sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Ferrari 400 Superamerica (1961)




Miniatura de escala 1:38, que faz parte da segunda edição da coleção “COLLEZIONE SHELL”, lançada pelos Postos Shell e fabricada pela Maisto, no início dos anos 2000.

Sobre o modelo F 400 Superamerica
 
          Uma macchina de passeio luxuosa e, com motor de F1?! Como assim?! Perguntem para o patrão da Scuderia Ferrari!

          A ideia de Enzo Ferrari era simples e genial: construir um GT muito espaçoso e com um porta-bagagens grande, mas propulsionado por um motor de um Fórmula 1. Daqui nasce, no Salão de Bruxelas de 1956, o Superamerica que - como queria justamente il Drake -, escondia sob um nariz muito comprido, o motor de F1 de 1951. Este foi, posteriormente, alterado para ter mais binário a baixos regimes e, maior facilidade de utilização – dispensou-se o motor Lampredi grande e voltou-se, novamente, para o bloco de Colombo. A cilindrada podia atingir os 4900 cc, a potência máxima chegava aos 340 cv e, a velocidade máxima superava os 260 km/h.

          O Ferrari 400 Superamerica é uma verdadeira raridade: só foram construídos 14 exemplares - ainda se a estes forem acrescentadas duas versões Sport com passo curto, carroceria spider, ponte traseira de Dion e motor com 24 válvulas. Depois – ainda em 1956 – chega a segunda série do 410 Superamerica (7 exemplares), para de seguida chegar a terceira série (15 exemplares), que propõe diversas alterações na carroceria, mas também – ao perfeito estilo Ferrari – importantes alterações mecânicas, com a adopção de um novo sistema de alimentação a cargo de três maxi carburadores Weber para obter uma potência máxima de 360 cv.

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Ferrari 156 F1 (1961)




Miniatura de escala 1:38, que faz parte da segunda edição da coleção “COLLEZIONE SHELL”, lançada pelos Postos Shell e fabricada pela Maisto, no início dos anos 2000.

Sobre o modelo F 156 F1

          Para falarmos deste modelo, obrigatoriamente temos que pensar em mudanças - muitas mudanças -, pois esta era a ordem do dia na casa de Maranello, no período compreendido entre 1955 e 1961.

          De 1954 a 1960, só se permitiram na F1 carros com motores aspirados até 2500cc ou superalimentados até 750cc. Em 1955, com a retirada da Lancia das competições de F1, a Ferrari teve acesso ao material de competição da mesma, o que resultou na construção dos Lancia-Ferrari de oito cilindros, com o qual Fangio conquistou seu quarto título mundial. Em 1956, este motor já estava superado, sendo substituído pelo Dino-V6, inicialmente preparado para a F2 com 1500cc e, posteriormente - com cilindrada aumentada -, utilizado para equipar os F1 (1860cc, 2200cc e 2417cc). O mesmo motor, ainda teve os ângulos das 2 bancadas de cilindros aumentados para 60º e depois para 65°, e a cilindrada passou de 2417cc para 2497cc - configuração que a Ferrari usou até o fim da F1 de 2500cc.

          É importante ressaltar, que o nome deste motor (Dino-V6) foi uma homenagem a Alfredino Ferrari, filho de Enzo, que ajudou o engenheiro Lampredi no projeto do motor e morreu em 1956, aos 26 anos, vítima de distrofia muscular progressiva. Este fato, desencadeou mudanças profundas em Enzo, que tornou-se uma pessoa amarga, nunca mais pisou em uma pista de corrida e passou a usar os inseparáveis óculos escuros.
         
          Quanto a inovações em outras áreas que não a motorização, a Ferrari começou a equipar os seus automóveis com freios a disco em 1959. Além disso, em 1960 as Ferrari passaram a receber motor traseiro, visando melhor desempenho no novo regulamento da F1 de 1,5 litro que entraria em vigor em 1961. O primeiro carro a adotar esse esquema foi a Ferrari 156 F1. Mais tarde, os carros ainda receberiam injeção direta Bosch.
           
         O carro projetado por Carlo Chiti , atingia velocidade máxima de 260 Km/h, o que permitiu a Scuderia Ferrari conquistar os títulos de piloto (com Phil Hill) e construtores de 1961.



sábado, 22 de janeiro de 2011

Ferrari 250 Testa Rossa (1958)





Miniatura de escala 1:18, que faz parte da coleção “COLLEZIONE CLASSICO”, lançada pelos Postos Shell no ano de 2002.

Sobre o modelo F 250 Testa Rossa

          Minha quarta postagem, faz uma viajem no tempo e traz à cena uma supermáquina que, entre 1957 e 1958 foi produzida em um total de 22 unidades, participou de 19 corridas entre 1958 e 1961, e venceu em 10 oportunidades. Estamos falando de uma das mais belas macchinas já produzidas pela casa de Maranello, o F 250 Testa Rossa.

          O F 250 Testa Rossa (ou cabeça vermelha, porque os cabeçotes eram desta cor), é a prova de como a Ferrari sempre teve grande consideração pelos clientes desportistas. O carro foi, de fato, estudado, projetado e realizado à medida do “gentleman driver”, que tantos louros trouxeram à Scuderia Ferrari. Os pilotos que tinham experimentado o famoso F 500 TRC, desenvolvido por Sergio Scaglietti, com o Testa Rossa dispunham de um carro mais ou menos igual – a carroceria era a mesma, assim como a notável maneabilidade –, mas com um motor muito mais potente. De fato, uma vez mais, Enzo Ferrari foi astuto: sabia que os regulamentos iam ser alterados e que a cilindrada máxima da categoria protótipos seria reduzida para 3000 cc, pelo que utilizou o indestrutível 12 cilindros em V do 250 Gran Turismo, reviu radicalmente a sua estrutura, adotou 6 carburadores de duplo corpo e melhorou ainda outros pormenores. O carro alcançou uma potência recorde de 300 cavalos. Desta forma, o F 250 Testa Rossa desarticulou, literalmente, a concorrência levando para casa o Título Mundial de Construtores de 1958.

          O desenvolvimento era tal, que em uma época na qual os túneis de vento ainda estavam longe de existir, a Ferrari já havia percebido que, ligando o perfil do piloto com a traseira do F 250 Testa Rossa, obteria resultados aerodinâmicos excepcionais.

          Nada era deixado ao acaso, de modo que, até mesmo a carenagem dos faróis era fundamental para reduzir a resistência aerodinâmica. Um detalhe que, no entanto, se mostrava incrivelmente atraente do ponto de vista estilístico. A entrada de ar para o motor era de um requinte extraordinário. Os limpa pára-brisas dos Ferrari Sport eram cuidadosamente estudados para desviarem o fluxo de ar para cima da cabeça do piloto: ainda que aparentemente baixos, a grande velocidade ofereciam uma ótima proteção mesmo contra a chuva - sempre perigosa nas longas corridas de resistência. Apresenta velocidade máxima de 270 Km/h.


          Bravo, bravo, bravíssimo!!!







sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Ferrari 750 Monza (1954)




Miniatura de escala 1:38, que faz parte da segunda edição da coleção “COLLEZIONE SHELL”, lançada pelos Postos Shell e fabricada pela Maisto, no início dos anos 2000.

Sobre o modelo F 750 Monza

          Hoje vamos derrubar, definitivamente, a máxima de que “em time que está ganhando não se mexe” - pelo menos no que diz respeito a Scuderia Ferrari. Desde que o engenheiro Aurélio Lampredi chegou a Ferrari, logo tentou demonstrar as vantagens dos motores de 4 e 6 cilindros em relação aos tradicionais 12 cilindros: redução do peso, melhor potência a baixos regimes, além da redução considerável do número de peças em movimento - algo que o engenheiro Colombo contrapunha, em defesa dos motores de 12 cilindros, pelo aumento da superfície dos pistões e redução da velocidade.

          Nesta briga de gigantes, venceu Lampredi, que no fim de 1950 recebe luz verde de Enzo e, três meses depois, surgem os planos para um motor de 4 cilindros de 1995 cc, o tipo 500 (conforme visto na postagem anterior). Após os títulos consecutivos da Ferrari , com Alberto Ascari em 1952 e 1953, os motores quatro cilindros começam a ser usados nos automóveis de Sport da Ferrari. No Grande Prêmio de Monza, por entre os tradicionais Ferrari equipados com motores 12 cilindros, surgiam dois modelos equipados com motores 4 cilindros: o F 625 TF e o F 735 S, que pelas vitórias obtidas em Monza com Mike Hawthorn e Maglioli, foi rebatizado como F 735 Monza.

          O Ferrari 735 S foi sofrendo evoluções, até se tornar F 750 Monza. Um automóvel que dispunha de 3 litros (2999 cc), do tipo 119 e 260 cv de potência máxima atingida aos 6000 rpm, dois carburadores Weber 58, uma caixa de cinco velocidades - tal como era utilizada nos monolugares da época - e um diferencial autoblocante ZF, que surgia pela primeira vez. Utilizava um chassis do tipo 510, com um comprimento de 2250 mm. A carroceria do F 750 Monza foi sendo alterada até sua forma mais conhecida, desenhada por Sergio Scaglietti. Sua produção ocorreu de 1953 a 1957.

          Assim é o F 750 Monza, rápido, charmoso, agressivo e vitorioso, mais uma pintura da casa de Maranelo.


quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Ferrari 500 F2 (1952)




Miniatura de escala 1:35, que faz parte da segunda edição da coleção “COLLEZIONE SHELL”, lançada pelos Postos Shell e fabricada pela Maisto no início dos anos 2000.

Sobre o modelo F 500 F2

          Apresento aos apaixonados da F1 (Fórmula 1) a especial “baratinha”, cujo modelo, daria a casa de Maranello o primeiro título mundial nesta categoria.

          Já com Aurélio Lampredi, no lugar de Gioacchino Colombo, a Scuderia Ferrari passou por um período de intensa evolução técnica, entre os anos de 1948 a 1950. Foram construídos diversos carros com diferentes tipos de motorização, dentre os quais os das séries F 166 (a S, a F2, a Inter e a MM) com motores de 1995cc - que iam de 115 cv a 160 cv - , e os projetados para o novo regulamento da F1 da época, com motores aspirados de grande cilindrada (a 275 F1, a 340 F1 e a famosa 375 F1), todos 12 cilindros em V - que atingiam até 350 cv.

          Em 1952 surgiu a Ferrari 500 F2 - a primeira Ferrari de 4 cilindros -, que seria usada na F2, visando novas soluções para a diminuição de cilindrada que ocorreria na F1 a partir de 1954 - que seria limitada a 2500cc. O F 500 F2 tinha baixo nível de consumo e bom equilíbrio geral, que desgastava pouco os pneus e tornava possível que ela cobrisse toda a distância de um GP sem parar no box. O carro era tão bom, que passou a ser utilizado também nos campeonatos de F1 de 1952 e 1953 .

          Nesta época, alguns dos principais adversários da Ferrari nas competições eram a Alfa Romeu e a Maserati. A Ferrari ainda não havia ganho um campeonato, apesar de ter obtido várias vitórias. Apenas em 1952 , com Alberto Ascari pilotando o F 500 F2, a Ferrari obteve seu primeiro título na F1, que foi seguido de outro em 1953. Também em 1953, a Ferrari sagrou-se campeã do 1º Campeonato Mundial de Marcas.

          O Ferrari 500 F2 ganhou todos os grandes prêmios, com exceção do GP da Itália de 1953 (e as duas edições das 500 milhas de Indianápolis), permitindo a Ascari estabelecer o recorde, ainda vigente, de 9 vitórias consecutivas.

          Em 1953, deu-se continuidade a construção de carros de grã-turismo, quando iniciou-se um programa comercial onde Pininfarina ficou encarregada de "encarroçar" os carros comerciais da Ferrari, que usariam os motores que haviam sido desenvolvidos para as competições. Desde então, Pininfarina se tornou quase exclusivo nos designs da Ferrari.




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segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Ferrari 166 MM (1948)





Miniatura Ferrari 166 MM (ano 1948), escala 1/38 pertencente a segunda edição da conhecida coleção "COLLEZIONE SHELL", lançada pelos Postos Shell e fabricada pela Maisto, no início dos anos 2000.

Sobre o modelo F 166 MM

          Como minha primeira Macchina, quero apresentar o F 166 MM, um grande projeto com a marca do mestre Enzo Ferrari (primeira Ferrari assinada por Enzo) em relação a prova das Mil Milhas (ou Mille Miglia), corrida de estratégia particular, rapidíssima e extremamente longa, a qual exigia carros diferenciados, quase que concebidos especificamente para este tipo de prova.

          Esta Ferrari é de fato muito leve, praticamente uma pluma: pesa apenas 650 Kg, mas ao mesmo tempo propõe uma notável rigidez de torção, graças ao método de construção denominado “Superligeiro” da carroceria Touring. Além disso, esta Ferrari é particularmente aerodinâmica, tem motor V12 herdado do antecessor F 125 S – primogênito da Scuderia Ferrari -, com cilindrada unitária ampliada para 166 cm³ (ou 2 litros no total). Este V12, modificado, é alimentado a gasolina normal, como imposto pelo regulamento da época e possui um reservatório de 90 litros. O propulsor atinge velocidade máxima de 201 Km/h, em 10 segundos.

          Existem duas versões do F 166, a Inter para uso “civil” e a MM (Mille Miglia), para as competições. A maioria dos F 166 Inter tinha carroceria Berlinetta (fechada), enquanto a maioria dos F 166 MM era Barchetta (conversível de 2 lugares). Atualmente só existem 6 unidades, com preço mínimo estimado de US$ 1,75 milhões.



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