segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Reutemann em Interlagos (1977) sexagésima quinta vitória da Ferrari

   

      Após sofrer um acidente em Nurburgring em 1976 e perder o título mundial por 1 ponto para o inglês James Hunt, o austríaco Niki Lauda e sua equipe, a Ferrari, dominaram a temporada 1977 de Fórmula 1 e levaram facilmente o título de pilotos e construtores. Mas foi nesse mesmo ano que aconteceu um dos acidentes mais chocantes da história da categoria.

     No dia 5 março, GP da África do Sul, o piloto britânio Tom Pryce morreu após atropelar o fiscal de prova Frederick Jansen Van Vuuren, de 19 anos. Van Vuuren havia entrado na pista para ajudar o italiano Renzo Zorzi, com problemas no carro.

     Porém, o francês Jacques Laffite e Tom Pryce dividiam a pista naquele exato momento. Laffite desviou do fiscal, mas Pryce não conseguiu fazê-lo e o atingiu em cheio, arremessando o corpo dele para o alto e destruindo-o. Enquanto o extintor carregado pelo fiscal caiu sobre a cabeça de Pryce e o matou na hora.

     Acidente fatal de Tom Pryce:



     Durante algum tempo surgiu o boato de que Tom Pryce teria sido decapitado no acidente, mas a versão oficial é de que ele “apenas” perdeu parte da cabeça.


     O Grande Prêmio do Brasil de 1977, disputado no dia 23 de janeiro no autódromo de Interlagos, prometia ter mais uma vitória de um piloto brasileiro, mas ficou conhecido pela grande quantidade de abandonos.

     Na qualificação James Hunt foi o mais rápido (como tinha sido na Argentina), mas ele tinha a Ferrari de Carlos Reutemann (único modelo com a nova asa traseira)  ao seu lado. A segunda fila era dividida pela Lotus 78 de Mario Andretti e a McLaren do comapanheiro de Hunt, Jochen Mass. Na terceira fila estavam posicionados a Brabham - Alfa Romeo de Carlos Pace e a Tyrrell de seis rodas de Patrick Depailler. O "top ten"  foi completado por John Watson (Brabham- Alfa Romeo), Ronnie Peterson (Tyrrell), Regazzoni Baro (Ensign) e Gunnar Nilsson (Lotus). Niki Lauda (chateado) era apenas o 13 º, enquanto o vencedor argentino Jody Scheckter foi o 15º.


     Nos treinos de sábado do GP do Brasil de 1977 ninguém entendeu por que Mario Andretti pulou acrobaticamente da Lotus em chamas, na Curva do Bico de Pato, sem acionar o botão do extintor de incêndio. Naquele momento desconhecia-se que o astuto Colin Chapman mandara substituir o pó químico do extintor por oxigênio, para aumentar o rendimento do motor Ford-Cosworth. Acoplado sob a carenagem, o tubo de oxigênio pulverizava o motor da Lotus MK3 com ar puro, permitindo uma carburação ar-gasolina mais limpa e eficiente, elevando entre 30 a 50 cavalos a potência do V8. O arranjo foi descoberto porque a Iata, entidade que cuidava do transporte aéreo, recusou-se a transportar o MK3 para a África do Sul sem uma perícia. A suspeita baseava-se numa coincidência, porque já no GP da Argentina a Lotus de Andretti tinha explodido nos boxes.

GP Brasil 1977,a fúria de Niki Lauda!!! -

     Apesar de queimar a largada (não foi penalizado) Pace assumiu a liderança no decorrer da primeira volta com Reutemann em segundo, Hunt em terceiro e Mass em quarto. Pace liderou até o começo da oita volta quando foi ultrapassado por Reutemann, que assumiu a liderança. A batalha agora foi pelo segundo lugar e, nessa briga, Hunt e Pace se tocaram. Hunt saiu do toque sem nenhum problema, já Pace teve que ir aos boxes para reparos.
      Mas foi a confusão que bateu o recorde no GP do Brasil de 1977. Apenas sete carros terminaram a prova. Dos 15 restantes, só Alex Dias Ribeiro, Mario Andretti, Larry Perkins, Tom Pryce e os irmãos Jody e Ian Scheckter, que tiveram problemas mecânicos, não acabaram na sucata da Curva 3. O asfalto mal curado amoleceu e foi derrubando os mais habilidosos pilotos do mundo, somando nove carros espatifados no muro. Vittorio Brambilla, na 11ª volta, abriu o festival de batidas e rodadas que transformaram a Curva 3 num ferro-velho milionário. Clay Regazzoni, Ronnie Peterson, Jochen Mass e Patrick Depailler seguiram Brambilla. Quando chegou a vez de Jacques Laffite bater, a corrida já era cômica. Mas foi Carlos Pace quem garantiu a gargalhada final. Moco, depois de beijar a parede da famigerada curva com o Brabham-Alfa Romeo, resolveu pegar o volante da ambulância e transportar-se até o hospital dos boxes.


     Reutemann venceu o GP, Hunt terminou em segundo com Lauda em terceiro e Fittipaldi em quarto. Nilsson pegou dois pontos na quinta posição e Zorzi marcou um para a Shadow. Ingo (Fittipaldi) foi o sétimo e último concorrente a finalizar o GP.

     Melhores momentos do GP:

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