quinta-feira, 24 de novembro de 2011

René Arnoux em Zandvoort (1983): octagésima oitava vitória da Ferrari


     Depois da Austria, onde o Mundial tinha recomeçado, com três pilotos disputando "taco a taco" o comando do Mundial, o pelotão da Formula 1 chegava ao circuito holandês de Zandvoort, em um momento em que muita coisa se definia para a temporada seguinte, quer em termos de pilotos, quer em termos de máquinas.

     Todos sabiam que as equipes, se quisessem permanecer competitivas, teriam que ter motores Turbo, e aos poucos, isso seria feito. Neste caso, a McLaren estreava nesse fim de semana o seu motor TAG-Porsche, financiado por Mansour Ojjeh (o dono da TAG), e construido pela Porsche. Niki Lauda iria guiar o carro com versão Porsche para Zandvoort, enquanto que John Watson tinha que esperar mais uma corrida para possuí-lo.

    Por sua vez, a Williams já tinha acertado que iria ter motores Honda Turbo para 1984, e assim sendo, tratou logo de renovar os contratos dos seus pilotos Keke Rosberg e Jacques Laffite. Entretanto, sabia-se que Patrick Tambay já não ficaria na Ferrari após o final da temporada de 1983, e havia rumores de que alain Prost tinha sido convidado. Mas pelo fato de ele e Arnoux não se darem bem, esses rumores não deviam ter fundamento...



    Nos treinos, o melhor foi o Brabham-BMW de Nelson Piquet, seguido pelo Ferrari de Patrick Tambay, enquanto que o seu companheiro de equipe, René Arnoux, com problemas no motor, não foi além do décimo tempo no grid. Alain Prost era o quarto, batido pelo Lotus-Renault de Elio de Angelis, enquanto que na terceira fila estavam o outro Lotus-Renault de Nigel Mansell e o segundo Brabham-BMW de Riccardo Patrese. Niki Lauda, com o seu novo McLaren-TAG Porsche, ficou com o 19º tempo, enquanto que o melhor não-Turbo era o Arrows-Cosworth do suiço Marc Surer, 14º na grid.

     Como de costume, três pilotos ficaram de fora desta corrida, de acordo com o estatuto dos não qualificados. Eram eles o Osella de Piercarlo Ghinzani, o RAM de Kenny Acheson e o Theodore de Johnny Ceccoto.



     Na largada, Piquet se deu melhor do que Tambay, que tinha tido uma péssima largada e fora ultrapassado por alguns adversários, entre os quais um sensacional Eddie Cheever, que de 11º, era segundo no final da primeira curva! Se ele estava nesse lugar, Tambay, em contraste, passava a Curva Tarzan na 21ª posição...,

     No final da primeira volta, Prost consegue ultrapassar Cheever e fica em segundo. Entretanto, os concorrentes tinham problemas, à medida que cumpriam as voltas no circuito holandês. De Cesaris, que estava em quinto após a primeira volta, desistiu na volta cinco, com o motor quebrado. Na volta 12, Elio de Angelis, que era sexto, abandonou quando o filtro de combustivel se rompeu. Enquanto isso acontecia, Patrese conseguiu ultrapassar Cheever e era terceiro, atrás de Prost e do seu companheiro Piquet. O americano iria perder mais uma posição a favor do Ferrari de Arnoux, antes do periodo de reabastecimentos.

     Entretanto, Prost e Piquet disputavam entre si a liderança da corrida, com Patrese perdendo o terceiro lugar a favor de Arnoux, na volta 22. O francês aproveita para parar primeiro do que Piquet e Prost, pois sabia que caso acontecesse, ia para a liderança, pelo menos temporariamente...



     No início da volta 41, na Curva Tarzan, Prost tenta a sua manobra de ultrapassagem, só que esta é mal sucedida, pois ao controlar o carro, derrapa e toca em Piquet, que vai de encontro ao muro de pneus. Prost continua, mas não por muito tempo, pois a suspensão frontal esquerda ficou irremediavelmente danificada. Com isto tudo, a eventual liderança de Arnoux tornou-se definitiva...



     Com o francês confortável no primeiro posto, Patrese agora era o segundo, mas pressionado pelo Ferrari de Patrick Tambay, que fizera uma corrida de trás para a frente. Mas a duas voltas do fim, o segundo Brabham perde potência e a casa de Maranello obtinha uma dobradinha.



     Fechando o pódio tínhamos John Watson, no seu McLaren-Cosworth, o melhor dos não-Turbo. Um claro contraste com Lauda, que por causa de problemas nos freios, não passara da volta 25. Nos restantes lugares pontuáveis ficaram o Toleman-Hart de Derek Warwick, (os primeiros e únicos do piloto, da equipe e do motor!), o Alfa Romeo de Mauro Baldi, e o Tyrrell-Cosworth de Michele Alboreto.

     Melhores momentos do GP:


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