Em 2011, Alonso soma 212 pontos. É mais que o dobro dos 98 de Massa. A má fase não é uma impressão. É uma realidade escancarada pelos números.
No fim da próxima temporada, não é segredo para ninguém, vence o contrato de Massa com a Ferrari. Ele terá as três provas que restam neste ano (Índia, Abu Dhabi e Brasil) e as 20 corridas do ano que vem para provar que merece estar no cockpit de um dos carros vermelhos.
Felipe enfrentará principalmente a concorrência de talentos ascendentes como Sérgio Perez e Jules Bianchi (este último ainda não provou muita coisa), integrantes da academia de pilotos da Ferrari que podem entrar na vaga do vice-campeão de 2008. Alonso tem contrato até o fim de 2016, mas a Scuderia sabe que ele não é eterno e que depois disso provavelmente precisará de outro piloto de ponta para levá-la aos títulos e vitórias.
Massa, hoje, não é este cara. Mas o quadro não é tão ruim quanto parece. Embora venha fazendo um campeonato para lá de discreto, Felipe evoluiu nas últimas corridas: largou na frente de Alonso em quatro das últimas cinco provas e andou mais da metade da corrida coreana à frente do bicampeão do mundo.
Fez sua melhor corrida desde a Alemanha em 2010, mostrando evolução. A pergunta é: esta evolução será suficiente para convencer os homens de Maranello a estender o compromisso entre a equipe e o piloto? Hoje ainda não.
Massa não depende só dele para manter seu posto de piloto titular da Ferrari, lugar cobiçado por 10 entre 10 pilotos de monopostos no mundo. Felipe depende também do que a Ferrari tiver por perto para colocar em seu lugar na hora de tomar essa decisão. Exemplo: se Pérez ou outros novatos bons como Adrian Sutil, Jaime Alguersuari, Paul Di Resta e Sébastien Buemi fizerem campeonatos arrasadores no ano que vem, a batata de Massa assará mais rápido.
Se todos tiverem desempenhos discretos, Felipe surgirá como opção segura para mais um ou dois anos. Melhor ainda se Pérez, o mais próximo da Ferrari, for uma tragédia em 2012 – o que acho difícil.
O lado bom para o brasileiro é ter recuperado a velocidade nas classificações, sempre um ponto forte dele. Largar à frente de Alonso dá confiança ao piloto e mostra à equipe que ele não está morto.
O ritmo de corrida, outro ponto em que Massa vinha pecando, melhorou muito nas últimas provas. Na Coreia, Felipe ficou à frente de Alonso dois terços da prova e não perdeu a posição mesmo com mais um trabalho de box atrapalhado da Ferrari (parada em 6 segundos contra uma média inferior a 4 segundos).
No segundo pit stop, azar de Massa, que pegou tráfego, e sorte e mérito de Alonso, que retardou a parada e andou forte com pista limpa. Resultado: mais uma vez, Alonso na frente.
É claro que ter mantido a posição seria muito melhor, mas a Ferrari e as outras equipes com quem Massa pode negociar viram que o ritmo foi muito próximo ao do companheiro de equipe, o que não vinha acontecendo nas últimas corridas.
Se o futuro em 2013 não for na Ferrari (e se a decisão fosse tomada hoje ele dificilmente seria), pode ser na Mercedes (Schumacher deve se aposentar) ou na Red Bull (Webber é outro que está em fim de carreira).
A contagem regressiva já começou. E Massa sabe.
Nenhum comentário:
Postar um comentário