terça-feira, 11 de outubro de 2011

Gilles Villeneuve em Jarama (1981): octagésima primeira vitória da Ferrari


     Três semanas depois de Mônaco, a Formula 1 deslocava-se para Jarama, na Espanha, para correr a sétima prova do campeonato do mundo. E ao contrário do que tinha acontecido no ano anterior, onde tinha sido vitima da briga entre FISA e FOCA, desta vez esta corrida contava para o campeonato.

     Nestas três semanas que passaram entre a corrida de Mônaco e o GP da Espanha, tinham acontecido algumas alterações. Na Ensign, Marc Surer, que tinha pontuado na corrida anterior, tinha sido substituido pelo chileno Eliseo Salazar, que tinha vindo da March. E na Lotus, após dois anos, voltava o patrocicio da John Player Special, que substituia o patrocinio anterior da Essex, propriedade de David Thiemme, agora ccom problemas, devido a um inquérito das autoridades suiças em relação aos seus negócios de comércio de petróleo.

     Na qualificação, o mais rápido foi Jacques Laffite, no seu Ligier-Matra V12, algo surpreendente, dado este ser um circuito sinuoso. Alan Jones vinha a seguir, no seu Williams, enquanto que o seu companheiro Carlos Reutemann vinha a seguir, na terceira posição. John Watson era quarto no seu McLaren, seguido pelo Renault de Alain Prost e pelo Alfa Romeo de Bruno Giacomelli. Gilles Villeneuve, vencedor na corrida anterior, em Mônaco, era o sétimo, seguido pelo segundo Alfa Romeo de Mario Andretti, e fechando o “top ten” estavam o Brabham de Nelson Piquet e o Lotus de Elio de Angelis.

     Cinco carros ficariam de fora da corrida. Eram eles os Toleman de Derek Warwick e Brian Henton, os Osella de Beppe Gabbani e Giorgio Francia, o Tyrrell de Michele Alboreto e o ATS de Slim Borgudd.

     O dia 21 de junho de 1981 amanheceu muito quente em Jarama. E isso iria afetar os carros, uma vez que poderia superaquecer os motores. Na largada, Laffite erra e Villeneuve, à sua maneira, salta uma série de posições, assumindo o terceiro posto após a primeira curva. No final da primeira volta, Villeneuve aproveita a potência do seu carro para passar Reutemann e ficar atrás de Jones. Villeneuve nem pressionou muito o australiano no ataque à liderança, mas na volta 14, Jones sai da pista em uma escapada e Villeneuve fica com a primeira posição.


     Com isto, Villeneuve tentou gerir o andamento, mas sofria a pressão de Reutemann. O duelo durou o resto da corrida. Primeiro com o argentino, e depois, quando este começou a ter problemas com a caixa de câmbio, cedeu o segundo lugar a Laffite. Atrás dele estavam o McLaren de Watson e o Lotus de Elio de Angelis, e todos, em fila indiana, tentando superar o canadense, que aproveitava todas as curvas do sinuoso circuito para se manter na liderança.

     A disputa foi épica, pois todos sabiam que aquele não era o melhor carro do pelotão. Todos viam que aquilo era mais mérito do piloto e do potente motor Turbo que ele continha. Mas Villeneuve, ajudado também pela largura do circuito, aguentou as investidas de Laffite até a linha de chegada, incluindo uma a duas curvas do fim. E o canadense venceu a sua segunda corrida consecutiva, mais por mérito próprio do que pelo chassis.

     No final, todos ficaram, entre o resignado e o incrédulo, de mais um feito de Villeneuve e do seu Ferrari numero 27, nas curvas e contracurvas do circuito espanhol, como Carlos Reutemann, que disse: “Algumas vezes Gilles saiu da pista com as 4 rodas, não sei como, mas ele conseguia voltar.”


     Villeneuve reconheceu depois que o mérito da vitória se devia mais a ele do que ao carro: “Também fiquei embaraçado! (risos) De fato não consegui perceber porque é que não conseguiam me passar, afinal de contas três deles estavam á minha frente no grid! O Ligier de Laffite era pelo menos dois segundos por volta mais rápido que o meu carro. Para mim foi mesmo muito duro, tive que correr muitos riscos mas nunca desisti. Foi a melhor corrida da minha vida.”

     O piloto de Quebec subiu ao lugar mais alto do pódio, seguido por Laffite e Watson. Depois veio Reutemann e De Angelis, e todos eles estavam separados por 1,24 segundos, o que era um feito inigualável em dez anos. O último lugar pontuável era pertencente a Nigel Mansell, que estava a uns distantes… 28 segundos.

      Melhores momentos do GP:


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