sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Didier Pironi em San Marino (1982): octagésima segunda vitória da Ferrari

    

      Ferrari e McLaren voltaram a conseguir bons resultados na temporada 1982 de Fórmula 1. A escuderia de Maranello faturou o título de construtores enquanto a equipe inglesa obteve o vice-campeonato.

     Mas o campeonato de pilotos ficou com o finlandês Keke Rosberg, da Williams. Vencedor de uma única prova, ele levou o título pela consistência de seus resultados.

     Enquanto Nelson Piquet e Carlos Reutemann amargavam uma péssima temporada na qual o brasileiro ficou apenas no 11º lugar e o argentino em 15º.

     No entanto, o ano foi palco de muitas tragédias dentro das pistas. O piloto canadense Gilles Villeneuve morreu durante o terino de classificação para o GP da Bélgica. Já o italiano Riccardo Paletti perdeu a vida após colidir com o carro do francês Didier Pironi no GP do Canadá.

     Acidente fatal de Gilles Villeneuve:


     Acidente fatal de Ricardo Paletti:


     Apesar de ter sobrevivido, Pironi – que era companheiro de Villeneuve – sofreu outro acidente no GP da Alemanha onde ficou gravemente ferido e abandonou a Fórmula 1.

     Acidente de Didier Pironi:


       O GP de San Marino representou a prova em que correram apenas 14 carros, resultado de um boicote feito pelas equipes que integravam a FOCA, (Formula One Constructors Association). Mas também foi a corrida que deu início a uma grande disputa interna na equipe Ferrari, a qual culminaria com a morte de um grande piloto de Formula 1: Gilles Villeneuve.

      Os acontecimentos de Imola tinham se iniciado quase um mês antes, no Grande Prêmio do Brasil. No final da prova, Nelson Piquet tinha ganho, enquanto que o finlandês Keke Rosberg conseguia, com a sua Williams, o segundo lugar. Contudo, os comissários de pista descobriram que ambos os carros tinham lastros de água, no sentido de se tornarem mais leves à medida que a prova avançava. Resultado: ambos os carros foram desclassificados e Alain Prost, então terceiro classificado, foi declarado vencedor.

    As equipes da FOCA não se calaram com a decisão, pois achavam que era a maneira deles apoiarem as equipas FISA, com motores Turbo (Ferrari, Renault, Alfa Romeo). Sendo assim, depois da corrida de Long Beach, ocorrida no dia 4 de Abril, e que resultou na vitória do regressado Niki Lauda, as equieas FOCA decidiram boicotar a prova seguinte, o GP de San Marino.

     Nessa prova, participaram as seguintres equipes: Ferrari, Renault, Alfa Romeo, Osella, ATS, Tyrrell (por causa dos patrocinadores italianos que apoiavam o piloto “da casa” Michele Alboreto) e a Toleman.

     Nos treinos, o Renault de René Arnoux levou a melhor sobre o seu companheiro Alain Prost, seguidos pelos Ferrari de Gilles Villeneuve e de Didier Pironi. Logo a seguir no grid, vinha o Tyrrell de Michele Alboreto e o Alfa Romeo de Bruno Giacomelli.

     A corrida não teve grandes disputas após a largada. Os Renault partiram na frente, com os Ferrari logo atrás. Mas na sexta volta, Alain Prost abandonou com uma quebra de motor, deixando Arnoux sozinho contra a “Scuderia Ferrari”. Quando Arnoux teve problemas no seu Turbo na volta 44, os Ferrari ficaram sozinhos na frente, causando o delírio entre os “tiffosi”. Dessa forma, o chefe da equipe Ferrari, Mauro Forgheri, decidiu que a hierarquia deveria ser respeitada, ou seja: Villeneuve primeiro, Pironi segundo, e mostrou um painel dizendo “+46 SLOW”, significando que os dois deveriam diminuir o ritmo e chegar com carros inteiros no final do GP.


     Contudo, o piloto francês achava que ele deveria ganhar a corrida, pois julgava que era melhor piloto que o talentoso canadense. E sendo assim, decidiu surpreender Villeneuve, passando para a liderança na volta 47. Sentindo-se traído, Villeneuve reagiu, e até à volta final, ambos os pilotos lançaram-se num duelo sem tréguas. As ultrapassagens eram feitas "no limite", num duelo verdadeiramente fratricida. O talento de Gilles era notável, mas a reação de Pironi era fenomenal. Na volta 59, Villeneuve tinha passado para a liderança e reduziu o ritmo, mas o francês tirou-lhe o comando novamente para não mais o largar.


     No final da corrida, as expressões faciais eram mais do que evidentes: Villeneuve furioso, Pironi contente, pois era a sua terceira vitória na carreira, a primeira na Ferrari. Sendo um piloto combativo, mas leal, Villeneuve nunca perdoou a traição do piloto francês, e chegou até a insinuar que no final da temporada iria abandonar a equipe em favor da Williams. A Ferrari lançou um comunicado criticando o piloto francês pelo seu comportamento na corrida.

     Alguns dias mais tarde, numa entrevista para a revista britânica “Motorsport”, contada anos depois no livro “Formula 1 Autobiography”, Villeneuve afirmou a seguinte frase: “Nunca mais falarei com Pironi para o resto da minha vida. Ele agora é meu inimigo”. Menos de 15 dias depois, numa curva do circuito de Zolder, o talentoso canadense saia da vida para entrar na História…

     Melhores momentos do GP:



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