quarta-feira, 20 de abril de 2011

In Memoriam: Luigi Musso (06/07/1958)


      Luigi Musso nasceu em Roma, de uma abastada família – o pai, Giuseppe Domenico Musso (1878/1940), era um rico homem de negócios e empreendedor diplomata com interesses na China. Luigi era o mais novo de cinco filhos – dois rapazes (Luciiano e Giuseppe) e duas meninas (Elena e Matilde). A sua infância foi passada no meio de luxos, com camareiros e criados para o servir. Cresceu numa “villa” maravilhosa, perto da Via Veneto, mas nem tudo foram rosas – aos 16 anos, o seu pai, referência de vida e o verdadeiro mentor da sua personalidade, incutindo-lhe valores como o sacrifício, a importância do dinheiro e, ainda mais, do trabalho, morreu, deixando-o órfão na fase mais complicada da adolescência. Isso moldou-lhe o carácter. Combativo e de caráter fechado, educado no colégio de jesuítas de Mondagrone, “Luigino” foi um ávido desportista: desde o hipismo, ao tiro aos pratos, sem esquecer a esgrima – tudo desportos de elite – tudo ele praticou com competência mas, principalmente, com garra e espírito de luta.

     Em 1950, estreia no automobilismo, na Volta a Itália, a bordo de um pequeno Gianni de 750cc, onde correu bem até bater... numa estátua de Garibaldi. Dois anos depois, convenceu um dos seus irmãos a emprestar um Stanguellini para correr em provas de Turismo, por toda a Itália. Os bons resultados alcançados fizeram com que a Maserati o contratasse em 1953 para o programa de jovens pilotos, ao lado de Sergio Mantovani e Emilio Gilleti. Musso aproveitou bem a oportunidade, e tornou-se em 1953, campeão italiano de Turismos, na classe de 2 Litros.

    Ainda em 1953, estreia na Formula 1, mais concretamente no GP de Itália, onde terminou em sétimo lugar, numa condução partilhada com Mantovani. Em 1954, continuou na Maserati, mas concentrou-se mais nas competições de Turismos, como as Mille Miglia ou as 24 Horas de Le Mans. Contudo, teve boas corridas de Formula 1, onde ganhou o GP de Acerbo, uma prova extra-campeonato, e no final do ano, fez as duas últimas provas da temporada, terminando em segundo lugar no GP da Espanha, em Barcelona.

    Em 1955, correu uma temporada completa na Maserati, onde foi terceiro no GP da Holanda, mas achando que não tinha muitas chances na equipe, mudou-se no final do ano para a Ferrari, onde teve muitas dificuldades, correndo até com um antigo carro da Lancia, o D50. Foi nesse carro que Musso alcançou a sua unica vitória na competição, o GP da Argentina. Mas essa vitória foi... partilhada, com o heroi da casa, Juan Manuel Fangio.



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     No resto do ano, Musso sofreu com um mau caro e não voltou a pontuar. Mas em outras categorias, obteve bons resultados, como o segundo lugar nas 12 Horas de Sebring, mais uma vez com Fangio a seu lado, e as Mile Miglia, onde terminou em terceiro. Mas um acidente grave na prova de Nurburgring, o colocou incapacitado para o resto da temporada.

      Em 1957, a Ferrari apresenta o F 801, um bom carro,  mas com dificuldades em conseguir ser um carro vencedor devido aos Maserati 250. Musso voltou com toda a força, conseguindo dois segundos lugares, na França e Inglaterra, e uma volta mais rápida na etapa francesa. Os 16 pontos conquistados nesse ano deram-lhe o terceiro lugar na classificação final.

    Quando o seu amigo Eugenio Castelloti morre, em testes realizados em Monza, torna-se o piloto principal da Ferrari. Se por um lado poderia ser uma honra, por outro significava que tinha maior responsabilidade, e mais pressão para ganhar. E na Ferrari, dava-se tudo, ou morria-se tentando.

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     Em 1958, era piloto da equipe de Formula 1, ao lado dos ingleses Mike Hawthorn e Peter Collins. As coisas começaram bem para ele, quando foi segundo na Argentina e em Mônaco. Mas nesses dois casos, Musso tinha sido batido pelo pequeno Cooper de motor traseiro, e isso era uma afronta para Enzo Ferrari, e uma pressão ainda maior para a equipe.

Foto: Extraída de www.f1-facts.com / sem crédito divulgado

     Em Reims, no GP de França, Musso fora segundo no grid, atrás de Hawthorn, mas o italiano queria ganhar a corrida, por vários motivos, agluns legítimos, outros nem tanto. Falava-se que tinha dívidas de jogo enormes, e que o prêmio servia para cobrir essas dívidas. Também a pressão que Enzo Ferrari tinha sobre os seus pilotos para darem o máximo, e o fato de ser superado por pilotos ingleses não deve ter feito muito bem para o ego italiano... O fato é que na décima volta, Musso entra demasiado rápido na Curve Muizon, e capota várias vezes, projetando-se para fora do carro. Gravemente ferido, é transportado para o hospital de Rouen, onde morre no final do dia, aos 33 anos de idade.



    O acidente, jamais foi bem explicado. O que se sabe é que Musso saiu da pista em alta velocidade, como se tivesse perdido os freios, justamente na curva mais fechada do circuito de Reims. Capotou e não teve como escapar dos ferimentos.

    

Fonte:http://continental-circus.blogspot.com/


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