sábado, 9 de julho de 2011

In Memoriam: Ludovico Scarfiotti (1968)


     Depois dele, nunca mais um piloto italiano ganhou em solo italiano, com um carro italiano. Hoje falamos  de Ludovico Scarfiotti.

      Nascido a 18 de Outubro de 1933, Scarfiotti era filho de um dos fundadores da FIAT, e sobrinho de Gianni Agnelli. Começou a carreira em meados dos anos 50, a bordo de um Fiat de 1100cc, tendo participado nas Mille Miglia de 1957, a última edição competitiva da prova, ganhando na sua classe. Continuou a competir, maioritariamente pela OSCA, em eventos como as corridas de Montanha, categoria na qual fora campeão europeu em 1962 e 65, ao volante de um Ferrari Dino.

[Nurburgring+64.jpg]

     Nos anos 60, concentrou-se nas provas de Turismo, correndo sempre pela Ferrari. Em 1963, foi nomeado para a equipe de Formula 1, mas como piloto reserva, e também corria nos Gran Turismos, a bordo de um modelo F 250. Com Lorenzo Bandini, ganhou as 24 Horas de Le Mans desse ano. E foi também em Le Mans que o seu colega, o belga Willy Mairesse ficou com queimaduras, possibilitando sua substituição por Ludovico nos GP's da Holanda e França. Em Zandvoort, Scarfiotti portou-se bem e levou o seu carro para os pontos, conseguindo um sexto lugar, mas em Rouen, nem chegou a partir, pois tivera um grave acidente nos treinos, quebrando ambas as pernas.

    Em 1964 e 65 continua na Ferrari, mais correndo nos GT's do que na Formula 1. Nessas duas temporadas correu somente em duas corridas na F1, sem sequer pontuar. Nos GT's, teve mais sorte: nesses dois anos, ganhou os 1000 km de Nurburgring, ao lado de Nino Vacarella (1964) e John Surtees (1965), e claro, também teve vários êxitos no Europeu de montanha.

[Itália+66.bmp]

      Em 1966, as coisas se passariam da mesma forma, mas na metade da temporada, o piloto principal, John Surtees, decidiu abandonar a Ferrari, em conflito com Enzo Ferrari e o diretor desportivo Dragoni, e Ludovico foi escolhido para fazer parceria com Lorenzo Bandini e Mike Parkes. Correu em Nurburgring, onde se qualificou em quarto lugar, mas desistiu na nona volta, com um problema elétrico. Na prova seguinte, em Monza, guia o modelo F 312/66, e apesar de ter tido um problema nas voltas iniciais, conseguiu ganhar uma popular vitória no mítico traçado italiano. No final da temporada, os nove pontos alcançados deram-lhe o 10º lugar geral.

      A Ferrari em 1967 alinharia com quatro pilotos: Bandini, Scarfiotti, Parkes e um jovem neozelandês chamado Chris Amon. Contudo, na segunda prova do campeonato, em Mônaco, Bandini sai da pista, colide com a proteção e o seu carro arde, matando o piloto. Poucas semanas mais tarde, em Spa-Francochamps, o seu companheiro Mike Parkes fica gravemente ferido na corrida, e Scarfiotti de repente chega a conclusão que guiar as máquinas vermelhas é o passaporte certo para a morte. Sendo assim, decide retirar-se temporariamente da competição.

     Acidente fatal de Lorenzo Bandini:


     Acidente de Mike Parkes:

     Contudo, pouco tempo depois, decide voltar a competir, primeiro guiando um Eagle na prova de Monza, onde não foi longe, pois o motor explodiu na volta 10. Em 1968, assina pela Cooper, e correu durante toda a temporada, isto é, quando os compromissos com a Porsche no Europeu de montanha não batiam com os fins de semana de Formula 1. Nas três primeiras provas que participou, conseguiu ser um dos sobreviventes, terminando nos pontos em Jarama e em Mônaco.

[Monaco+68.jpg]

     Contudo, em Spa-Francochamps, decidiu não participar, pois na mesma época iria disputar  a prova do Europeu de montanha, em Berchtesgarten, no sul da Alemanha. Quando subia a montanha, na sua tentativa de qualificação, no seu Porsche 910, exagerou na curva e saiu da estrada, capotandoe  ficando mortalmente ferido. Aos 34 anos, a sua morte tinha acontecido praticamente dois meses depois de Jim Clark e um mês depois de Mike Spence, contribuindo para um ano mortífero no automobilismo...

     Acidente fatal de Jim Clark:


     Acidente fatal de Mike Spence:


     Tributo a Ludovico Scarfiotti:


     A sua carreira na Formula 1: 12 Grandes Prêmios, em seis temporadas (1963-68), uma vitória, uma volta mais rápida, um pódio, 17 pontos no total.

Fonte: http://continental-circus.blogspot.com/2008/06/

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...