quarta-feira, 20 de julho de 2011

Niki Lauda em Zolder (1976): sexagésima segunda vitória da Ferrari


     Passaram-se duas semanas desde o final controverso do GP da Espanha, onde os comissários decidiram desclassificar o vencedor da corrida, James Hunt, devido às dúvidas que tinham sobre as dimensões da asa traseira. A McLaren tinha decidido apelar sobre o caso, mas até que se decidisse alguma coisa, a classificação da corrida espanhola estava suspensa.

     Nesse meio tempo tinha ocorrido uma mudança na RAM, com a substituição do espanhol Emilio de Villiota pelo piloto local Patrick Néve, que estreava na categoria máxima do automobilismo. Na Hesketh, com o patrocinio dos cigarros Rizla e da revista Penthouse, existiam agora dois carros, um deles para o britânico Guy Edwards. E na Tyrrell, por fim, Jody Scheckter alinhava com o carro de seis rodas, que tinha  estrado na corrida anterior com Patrick Depailler.


     Os treinos foram dominados pela Ferrari, com Niki Lauda obtendo a pole position e Clay Reagzzoni na segunda colocação. Na segunda fila estavam o McLaren de James Hunt e o Tyrrell de Patrick Depailler, enquanto que na terceira fila estavam o March de Vittorio Brambilla e o Ligier-Matra de Jacques Laffite. O segundo Tyrrell de Jody Scheckter era o sétimo no grid, seguido pelo Ensign de Chris Amon e fechando o "top ten" estavam o Brabham-Alfa Romeo de José Carlos Pace e o March de Ronnie Peterson.

     Para este GP, somente seriam qualificados os 26 melhores pilotos dos 29 inscritos, logo, haveriam três pilotos que ficariam de fora. E dois desses não qualificados causaram ondas de choque: o belga Jacky Ickx, que com o seu Wolf-Williams teve problemas na qualificação em casa, e Emerson Fittipaldi, que no seu carro ficava, pela primeira vez na sua carreira, fora de um GP. Guy Edwards era o terceiro não-qualificado.

     A corrida começou com Lauda na frente e Hunt ultrapassando Regazzoni para ficar com o segundo posto. Mas nesse dia, o rendimento dos Ferrari era fenomenal e no final da sexta volta, o suiço recuperou o segundo posto e ambos os "cavalinhos rampantes" não foram mais incomodados até ao final da corrida. Hunt ficou assim com o terceiro posto, e a ação se concentrou na disputa pelo quarto posto, com a luta entre Depailler e Laffite. Até à volta 22, o lugar foi trocado pelo menos por duas vezes, altura em que o francês da Ligier atacou o terceiro lugar de Hunt e ficou com ele.

     Pouco depois, na volta 29, Depailler desiste com uma quebra de motor e Scheckter herda o lugar, passando a ser o quarto quando Hunt desiste na volta 36 devido a uma transmissão quebrada. Atrás dele, o veterano neozelandês Chris Amon era o quinto, no seu novo chassis da Ensign, e parecia estar chegando novamente aos pontos, quando na volta 52, uma das rodas se soltou e ele bateu forte nas barreiras de proteção, ficando de cabeça para baixo, mas sem ferimentos de maior gravidade.
     Tudo isso era indiferente à Ferrari, que via os seus carros rumarem para mais uma dobradinha, a segunda do ano, depois de Long Beach. Jacques Laffite dava à Ligier o seu primeiro pódio na categoria, enquanto que nos restantes lugares pontuáveis ficavam o Tyrrell de Jody Scheckter, o Surtees de Alan Jones e o segundo McLaren de Jochen Mass.

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