Cerca de seis semanas depois da corrida inicial do campeonato do Mundo de 1976, máquinas e pilotos deslocavam-se para a o circuito de Kyalami, para disputar a segunda prova do ano, no planalto sul-africano.
Havia mudanças importantes no pelotão: farto de lutar contra um carro pouco competitivo, e sem confiança (Lotus 77), o sueco Ronnie Peterson abandona a Lotus e vai para a March. Para o seu lugar vem outro sueco, Gunnar Nilsson, que não tinha qualquer experiência em uma dessas máquinas, a não ser num teste no final do ano anterior, num Brabham. Ao seu lado, iria estar o britânico Bob Evans, que no ano anterior tinha sido piloto da BRM. Essa equipe estava ausente na Africa do Sul, e aparentemente decidira se retirar do resto da temporada, concentrado num novo carro para um futuro próximo.
A Surtees, Hesketh, Parnelli e a Ensign tinham estado ausentes da corrida brasileira, mas agora em Kyalami tinham voltado para competir. As quatro equipes traziam apenas um carro cada uma e se na Surtees alinhava o americano Brett Lunger, que tinha o patrocinio dos cigarros Chesterfield, a Ensign tinha o veterano piloto neozelandês Chris Amon. Na Hesketh, agora dirigida por "Bubbles" Horsley, alugava-se o carro pela melhor oferta. Neste caso, foi o austriaco Harald Ertl que tinha ficado com o lugar. Por fim, na Parnelli, Mario Andretti corria na equipe, depois de ter alinhado pela Lotus em Interlagos.
Na Williams, Jacky Ickx tinha um novo companheiro de equipe, o francês Marcel Leclére. E por fim, havia uma inscrição local para Ian Scheckter, o irmão mais velho de Jody, num Tyrrell 007.
Na qualificação, James Hunt conseguiu ser mais rápido que Niki Lauda, fazendo a pole position e mostrando que a luta entre McLaren e Ferrari continuava, mesmo com um novo protagonista. No terceiro posto estava, espetacularmente, o Penske de John Watson, na frente do segundo McLaren de Jochen Mass. Vittorio Brambilla era quinto em seu March, seguido pelo Tyrrell de Patrick Depailler. Tom Pryce, no seu Shadow, e Jacques Laffite, no seu Ligier-Matra, partilhavam a quarta fila e fechando o "top ten", estavam o segundo Ferrari de Clay Regazzoni e o March de Ronnie Peterson.
Emerson Fittipaldi lutava contra o seu Copersucar e era apenas 21º no grid, na frente dos Lotus de Bob Evans e Gunnar Nilsson, respectivamente 23º e 25º, posições muito baixas para o prestigio da equipe de Colin Chapman....
No começo da corrida, Lauda consegue largar melhor do que Hunt, que cai mais algumas posições quando é ultrapassado por Mass e Brambilla. Atrás, o piloto local Scheckter só percorre alguns metros antes de bater no Williams de Leclére, e a sua prova fica por ali.
Enquanto que Lauda começava a distanciar-se do resto do pelotão, a luta era pelo segundo posto, com o March de Brambilla superando o McLaren de Mass. Mas Hunt tinha reagido e depois de passar Mass, foi atrás do italiano. Na quinta volta, ele conseguiu chegar ao segundo lugar, mas Lauda já tinha uma vantagem de dez segundos... masmo assim, Hunt não desistiu dele.
Atrás, Brambilla tentava conter Mass, mas pouco depois foi superado pelo piloto da McLaren. Pryce também conseguiu ultrapassá-lo com o seu Shadow, mas era ameaçado por Peterson e Depailler. Contudo, ambos colidiram na volta 15, com o sueco desistindo e o francês ficando bastante lento. Praticamente não houveram alterações até a metade da prova, quando Pryce teve de trocar os pneus e Regazzoni ficou com o quarto lugar. Contudo, nove voltas depois, o motor de Clay explode e o lugar é herdado por Jody Scheckter.
A ordem manteve-se assim até o final, mas houveram emoções nas voltas finais. Lauda tinha um pneu furado e estava lento. Em vez de parar para trocar o pneu, decidiu continuar, controlando a distância sobre Hunt. Este acelerou, na tentativa de ultrapassá-lo antes da bandeira quadriculada, e a distância diminuiu para meros 1,6 segundos, quando cruzaram a linha de chegada. Mas Lauda levou a melhor, vencendo pela segunda vez no ano. Hunt foi segundo e Mass completou o pódio. Nos restantes lugares pontuáveis ficaram o Tyrrell de Jody Scheckter, o Penske de John Watson e o Parnelli de Mario Andretti.
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