quinta-feira, 30 de junho de 2011

Niki Lauda em Monte Carlo (1975): quinquagésima terceira vitória da Ferrari

    

     A dupla da Ferrari, Niki Lauda e Clay Regazzoni, que havia mostrado um bom trabalho no ano anterior, deu show na temporada 1975 de Fórmula 1.

     Apesar dos esforços do brasileiro Emerson Fittipaldi, suas duas vitórias foram insuficientes ante os cinco triunfos do austríaco Niki Lauda, que levou o título pela primeira vez.

     A equipe Brabham, grande aposta do início da temporada, decepcionou e conquistou apenas duas vitórias, uma delas com o brasileiro Carlos Pace no GP do Brasil.

     Vitória que, somada aos constantes êxitos de Emerson Fittipaldi, fez o povo brasileiro se animar com o esporte,  até então pouco difundido no país.

       O desastre da corrida de Montjuich, quinze dias antes, tinha causado criticas na imprensa especializada - e não só - sobre as condições de segurança em pistas citadinas, e os organizadores do GP do Mônaco não perderam tempo para reforçar essas condições. Aumentaram a altura dos guard-ralis, colocaram mais guindastes para agilizar a retirada dos carros de pista e o treino foi mais agilizado. A organização apertou ainda mais os critérios de qualificação, reduzindo o grid para dezoito carros, numa prova que tinha 26 carros inscritos.

     Melhores momentos do GP de Montjuich:  


     No pelotão da Formula 1, Graham Hill decidiu correr no lugar do lesionado Rolf Stommelen.

     Acidente de Rolf Stommelen em Montjuich:


     Aos 47 anos, e vencedor por cinco vezes do GP de Mônaco, o britânico queria participar mais uma vez nesta corrida. Aliás, iria ser o único piloto da sua equipe. Na Williams, Jacques Laffite tinha voltado, após ter sido substituido por Tony Brise em Barcelona, pois o piloto francês tinha os seus compromissos na Formula 2. Ao seu lado alinharia o italiano Arturo Merzário. A Hesketh estreava um terceiro chassis em Mônaco e tinha alugado ao sueco Torsten Palm.


     A qualificação foi uma loucura, mas no final, quem levou a melhor foi Niki Lauda (Ferrari 312T) , que tinha a seu lado o surpreendente Shadow de Tom Pryce, que um ano antes tinha visto a sua inscrição barrada no Principado, alegando... falta de experiência. Na segunda fila estava o segundo Shadow de Jean-Pierre Jarier, que tinha a seu lado o Lotus de Ronnie Peterson. Na terceira fila estava o March de Vittorio Brambilla e o segundo Ferrari de Clay Regazzoni, enquanto que Jody Scheckter era o melhor dos Tyrrell, no sétimo posto. Atrás dele estava o brasileiro José Carlos Pace, o melhor dos Brabham, que tinha superado o campeão do Mundo, Emerson Fittipaldi, que partia da nona posição. Fechando o "top ten", estava o argentino Carlos Reutmann.

     Como seria de esperar, a luta pelas vagas no fundo do pelotão foi dura. O último qualificado foi o australiano Alan Jones, no seu Hesketh, e todos queriam esse lugar. Graham Hill tentou, mas não conseguiu este posto por apenas 377 milésimos. Deu o seu melhor, mas pela primeira vez desde 1958, não conseguiu um lugar na elite. Foi aplaudido por esse esforço, mas para ele seria a "gota dágua". Decidiu que esta seria a sua última tentativa competitiva e deixaria de ser piloto para se dedicar à equipe com o seu nome.

     Além de Hill, os Williams de Merzário e Lafitte, o Hesketh de Palm, o BRM de Bob Evans, o Ensign de Roelof Wundernik, o March de Lella Lombardi e o Copersucar de Wilson Fittipaldi não se qualificavam para a corrida.




     No dia do Grande Prêmio, a chuva tinha feito a sua aparição e na hora da partida, todos estavam com pneus adequados para a ocasião, para completarem as 78 voltas ao circuito. Na largada, Lauda levou a melhor, enquanto que Pryce partia mal, sendo ultrapassado por Jarier. O francês partiu ao ataque e tentou passá-lo na descida do Mirabeau, mas falhou no ponto de frenagem e bateu. O carro ficou danificado, mas continuou andando. Contudo, na chicane, bateu novamente e desta vez foi definitivo.



     Com isto, Peterson era segundo, seguido por Brambilla e Pryce. Algumas voltas mais tarde, Pryce e Brambilla tocaram-se, com consequências que só teriam efeito mais tarde na corrida. Entretanto, o tempo secava e os pilotos foram para os boxes. Primeiro Hunt, numa troca lenta demais, mesmo para os padrões da época, e depois Peterson, que perdeu tempo devido a problemas numa das porcas do seu carro. Pouco depois, Clay Regazzoni teve de substituir o nariz do seu carro devido a um toque, e isso deixou Lauda no comando, com 15 segundos de vantagem sobre Fittipaldi e Pace.

     Na volta 36, Regazzoni bateu na chicane do Porto e abandonou, enquanto que Pryce e Brambilla abandonaram poucas voltas mais tarde em incidentes separados. Hunt e Mass desentenderam-se no Mirabeau, com o inglês abandonando, culpando o Tyrrell de Patrick Depailler pelo sucedido, algo que não era inteiramente verdade.

     No final da corrida, Lauda tinha a vitória na mão, ainda por cima, com o limite das duas horas chegando ao fim. Mas Fittipaldi tentou atacar a sua liderança, e a diferença entre ambos tinha sido reduzida para menos de três segundos. Contudo, Lauda aguentou e venceu no circuito de Monte Carlo, a primeira vitória da Scuderia Ferrari desde 1955, com Maurice Trintignant. Fittipaldi e Pryce completaram o pódio, numa corrida onde Ronnie Peterson, Patrick Depailler e Jochen Mass completaram os lugares pontuáveis.

     Melhores Momentos do GP de Mônaco:



Nenhum comentário:

Postar um comentário

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...