terça-feira, 14 de junho de 2011

Clay Regazzoni em Monza (1970): quadragésima quarta vitória da Ferrari


     Quando o Circo da Formula 1 chega a Monza, o austríaco Jochen Rindt era o piloto que dominava o campeonato, com 45 pontos. Tinha ganho cinco corridas, quatro delas consecutivas, e tinha uma confortável margem em relação à concorrência. Bastava apenas ter uma boa pontuação numa das quatro corridas que faltavam para ser Campeão do Mundo.

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     A Lotus levava para Monza três carros modelo 72C para Rindt, John Miles e a nova estrela da equipe: um jovem brasileiro de 23 anos, cujo nome era Emerson Fittipaldi. O carro era radical, e muito eficiente. Rindt, depois das reclamações iniciais, estava até gostando do carro…

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     Contudo, o maior rival da Lotus era a Ferrari. O seu modelo 312B era um excelente carro, e Jackie Ickx tinha-o demonstrado, ao conseguir 15 pontos nas duas últimas corridas (2º na Alemanha e vitória na Áustria). Para confirmar Ickx, dois grandes pilotos: o suíço Gianclaudio “Clay” Regazzoni (1939-2006) e o italiano Ignazio Giunti (1940-1971).

      Quando começaram os treinos classificativos de sexta-feira, os Lotus eram anormalmente lentos em relação à concorrência: Ickx, Regazzoni e Giunti eram os primeiros, o March de Jackie Stewart e o BRM de Pedro Rodriguez eram quarto e quinto, enquanto que Rindt era sexto. Rindt queria guiar a versão 49, mas Chapman não deixou, decidindo, em vez disso, trocar o motor, e concordou com a decisão de Rindt em tirar as asas traseiras. O austríaco diria depois: “Sem as asas faço mais 800 RPM nas retas, e sem ir no vácuo de outro”. Já o outro piloto da marca, John Miles, achou a ideia uma loucura e decidiu manter as asas.

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     Sábado, 5 de Setembro de 1970. Começam as qualificações. Jochen Rindt tenta por todos os meios ultrapassar a Ferrari na sua própria casa. Sem as asas, ganha velocidade de ponta, mas tem dificuldades para fazer as curvas. Primeiro faz de modo cauteloso, e depois a toda a velocidade. Na metade da qualificação, Rindt chega à reta oposta, e ultrapassa o McLaren de Dennis Hulme, em direção à Curva Parabólica. Quando atinge o ponto de freada, um dos veios de travão cede e Rindt perde o controle do seu Lotus, chocando de frente com os guard rails.

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     Mas num acaso trágico, o Lotus 72C bate no exato local onde há um pilar de ferro que serve de suporte ao rail duplo. Essa parte absorve todo o impacto e o piloto, que tinha apenas apertados os cintos de cima (ele tinha recentemente aderido ao cinto de quatro pontos, mas nunca os usava) tem o corpo deslizado para baixo, partindo as pernas e os braços e rompendo fatalmente a traqueia.


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     Os socorristas acudiram-no imediatamente, e ainda estava vivo. Mas o socorro foi um desastre: sem um helicóptero na pista e, em vez de o levar para o centro médico do circuito, para estabilizá-lo e dar os primeiros socorros, levaram-no diretamente de ambulância para o Hospital Central de Milão, que ficava a uns 40 km. Quando chegaram neste local, já era tarde: Rindt estava morto.

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     Colin Chapman decide então retirar os seus carros da corrida, e Icxx faz facilmente a pole position com o BRM de Rodriguez em segundo. Regazzoni e Stewart foram terceiro e quarto no grid. A corrida começa com Ickx na frente, controlando o andamento da concorrência. Na volta 25, a transmissão de Ickx quebra e o comando passa para as mãos do seu companheiro Regazzoni. Essa liderança não será mais largada até ao final, apesar das pressões de Stewart e de Jean Pierre Beltoise, que completaram o pódio.

     No final da corrida, a multidão invadiu a pista para celebrar a vitória de um piloto da casa. Mas os acontecimentos do dia anterior tinham definitivamente estragado o clima de festa, e um novo problema tinha sido levantado: será que iriam coroar como campeão do mundo um piloto morto?…

     Melhores momentos do GP:



Fonte:http://continental-circus.blogspot.com/2007/09/






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