sexta-feira, 23 de setembro de 2011

In Memoriam: Pedro Rodriguez (1962)

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     Quando, hoje em dia, falamos em pilotos que chegam jovens à Formula 1 e talentos fabricados, esquece-se que no passado houve um menino prodígio, vindo de um país exótico, e que se tornou no menos conhecido de uma dupla de irmãos famosos na Formula 1 nos anos 60 e 70: "los Hermanos Rodriguez". hoje falamos de Ricardo Rodriguez.

     Ricardo Rodríguez de la Vega nasceu em 14 de Fevereiro de 1942, na Cidade do México.  Era o irmão mais novo de Pedro Rodriguez de la Vega (1940 - 1971), que após a morte do seu irmão, fez carreira na Formula 1 a serviço da Cooper, Ferrari e BRM, ganhando duas corridas. Desde muito cedo, Ricardo e Pedro corriam. Primeiro nas bicicletas, e depois nas motos. Seu pai, Pedro Rodriguez Quijada, financiou a carreira internacional dos seus dois filhos, e quando aos 15 anos foi correr (e venceu) uma corrida no circuito californiano de Riverside, a bordo de um Porsche de 1.5 Litros, o mundo automobilistico ficou estupefato com um talento tão jovem. Mais tarde, confirmou esse talento numa corrida nas Bahamas.

     Em 1958, decide, ele e o seu irmão mais velho, competir nas 24 Horas de Le Mans. Se Pedro pode competir, mesmo com 18 anos, já a inscrição de Ricardo, com 16 anos, foi recusada. No ano seguinte, voltou a Le Mans e pode correr, juntamente com o seu irmão Pedro, num OSCA 750, no qual não terminaram a prova. Em 1960, Ricardo voltou a correr nessa prova, com o belga André Pilette, num Ferrari 250 da equipe NART, onde terminaram em segundo lugar. Aos 18 anos, tornou-se o mais jovem piloto a subir ao pódio da mítica prova de resistência.
 
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     Em meados de 1961, a Ferrari convida-o para correr em um de seus carros de Formula 1 na corrida de Monza, que decidia o título mundial entre dois dos seus pilotos: o alemão Wolfgang Von Trips e o americano Phil Hill. Rodriguez surpreendeu tudo e todos ao qualificar-se na segunda posição do grid de largada, e ao trocar a liderança com Phill Hill e Richie Ginther. Contudo, não teminou a prova devido a um problema na bomba de combustível.
 
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     Essa demonstração de velocidade fez com que a Ferari lhe desse um carro para toda a temporada de 1962, onde corre em algumas provas, devido a sua idade. Em Pau, numa prova extra-campeonato, corrida nas ruas daquela cidade francesa, termina em segundo lugar, e em Spa-Francochamps, já contando pelo campeonato, acaba em quarto, e alguns meses depois, no mítico circuito de Nurburgring, ele foi o sexto colocado.

     No final do ano, ocorre na sua terra natal o GP do México, prova que não conta pelo Campeonato do Mundo, mas que Ricardo decide correr. Sem conseguir convencer a Ferrari a dar-lhe um carro, arranja um Lotus 18, fornecido pela equipe de Rob Walker (privado) e, assim, vai correr no novíssimo Autódromo da Cidade do México. Logo no primeiro dia, enquanto se adaptava ao carro, perde o controle deste na temida Curva Peraltada e sofre um violento acidente, o qual seria fatal. Tinha apenas 20 anos.
 
     A sua carreira na Formula 1foi composta de 6 Grandes Prêmios, em duas temporadas (1961-62), onde obteve quatro pontos.

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     Todos estavam convencidos que Ricardo Rodriguez tinha potêncial para ser Campeão do Mundo. A sua morte provocou consternação nacional e foi-lhe dado funeral de herói, apesar da sua pouca idade. O seu irmão, Pedro, ponderou abandonar a competição, mas voltou depois em força, para ser um excelente piloto quer na Formula 1, quer nas Interseries, onde a bordo de carros míticos como o Ford GT40 e o Porsche 917, ganhou muitas corridas, entre as quais as 24 Horas de Le Mans, em 1968, com o belga Lucien Bianchi.

     Tributo a Ricardo e Pedro Rodriguez:


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