sexta-feira, 13 de maio de 2011

Musso/Fangio em Buenos Aires (1956): vigésima primeira vitória da Ferrari


     Mais de quatro meses depois da última corrida, em Monza (1955), a Formula 1 partia para a nova temporada sem a presença da equipe Mercedes, que tinha decidido se retirar da competição após o acidente das 24 Horas de Le Mans (em junho de 1955), matando mais de oitenta pessoas e causado indignação geral e imensas corridas canceladas ao longo daquele ano.



     Assim, a temporada começa com a Ferrari e Maserati presentes em Buenos Aires. Mas a distância impedia que outros construtores, como a Gordini e a BRM,  pudessem participar da corrida argentina, e apenas treze carros estavam presentes na lista de inscritos. Na Maserati, havia as inscrições oficiais de Stirling Moss e do francês Jean Behra, além dos argentinos Froilan Gonzalez e Carlos Menditeguy, do italiano Luigi Piotti e do brasileiro Chico Landi. Mike Hawthorn também corria num Maserati, mas a inscrição tinha sido feita pela BRM, que não tinha aprontado o seu modelo a tempo, para correr na Argentina. Outro Maserati inscrito tinha sido o uruguaio Alberto Uria.

     Na Ferrari, que usava o modelo D50, construido inicialmente pela Lancia, tínhamos o campeão do mundo, Juan Manuel Fangio que, por sua vez, tinha como companheiros de equipe o italiano Luigi Musso, Eugenio Castelloti, o britânico Peter Collins e o belga Olivier Gendebien.

     Nos treinos, as Ferrari foram melhores. Em um grid formado em 4-3-4-3, Fangio ficou à frente de Castelotti, Musso e Behra na primeira fila, enquanto que a seguir vinha o veterano Froilan Gonzalez, Carlos Menditeguy e Stirling Moss, e na fila a seguir estavam Mike Hawthorn, Peter Collins, Olivier Gendebien e o brasileiro Chico Landi.


     No dia da corrida, Moss sofre um incidente enquanto se preparava para entrar no seu carro. Uma das rodas passou em cima do seu pé (direito), justamente o pé responsável pela aceleração. Na largada, Musso assume a liderança, mas logo é ultrapassado por Gonzalez, que, por sua vez, é pressionado por Menditeguy. Atrás, Fangio lutava contra um carro que tinha problemas mecânicos e arrastava-se pelo pelotão. Na volta 22, para definitivamente o seu carro nos boxes e a equipe Ferrari chama Musso, para que este ceda o seu carro para o piloto argentino.

     Na frente, Gonzalez, Menditeguy e Castelloti lutavam pela liderança, mas pouco depois, Gonzalez abandona, com problemas de motor. Atrás, Fangio passa Behra, mas comete um erro e perde tempo. Na volta 40, Castelloti tem a sua caixa de marchas quebrada, e na volta seguinte, o mesmo acontece a Menditeguy, que era o lider. Moss herdou a posição, apesar das dores, mas depois começou a ter problemas devido a um vazamento de óleo e tem que ir aos boxes.

     Mais atrás, Fangio alcança novamente Behra e ultrapassa-o. Parte, então, para cima de Moss, que tinha voltado à pista mas continuava a ter problemas com o seu carro, pois o vazamento de óleo persistia. Na volta 74, Fangio obtem à liderança e abre uma larga vantagem para o britânico, seu ex-companheiro de equipe na Mercedes. Pouco depois, Fangio comete um excesso e sai da pista, mas consegue controlar o seu carro. Quase ao mesmo tempo, o motor de Moss quebra e este desiste.


     Assim, Fangio só tem que levar o seu carro até ao fim e receber a bandeira quadriculada, conseguindo a vitória e começando bem o campeonato. Jean Behra foi o segundo e, Mike Hawthorn completou o pódio, a duas voltas do vencedor. Atrás, o italiano Gerino Gerini levava o seu carro até o quarto posto, já que o brasileiro Chico Landi sentiu o peso dos seus então 47 anos. O belga Olivier Gendebien ficou com o último lugar pontuável.







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